Abbazia di Novacella Kerner 2012

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Encarapitada nas Dolomitas, no extremo norte da Itália e à poucos quilômetros da fronteira austríaca, encontra-se o Valle Isarco e histórica Abbazia di Novacella.

Desde sua fundação, em meados do século XII, essa abadia agostiniana tem produzido vinhos de renomada qualidade. Localizada em Varna, na região de Trentino-Alto Adige (em alemão, Trentino-Südtirol), tem clima gelado e solo muito mineral, e logo se destacou na produção de vinhos brancos das castas Sylvaner, Kerner, Gewürztraminer e Veltliner.

Há algumas semanas tive o privilégio de provar um de seus melhores vinhos, o Kerner. Um vinho delicioso, que permaneceu na minha boca (e mente) por muito tempo depois de ter desaparecido da garrafa.

A uva Kerner nasceu do cruzamento da Riesling com a Trollinger (ou Schiava), em 1929, pelas mãos do botânico alemão August Herold, em  Württemberg. Seu nome é uma homenagem ao médico e poeta Justinus Kerner, cujas obras incluem muitas músicas e poemas sobre vinhos.

É uma uva aromática, de maturação tardia e bastante resistente às baixas temperaturas, suportando temperaturas de até -10ºC, o que a torna perfeita para as condições alpinas. Chegou a ser a 3ª uva mais plantada da Alemanha na década de 1990 mas, por algum motivo, conta atualmente com apenas 4000ha de vinhedos. Também cultivada na Áustria e na Suíça, foi introduzida na Itália na década de 1970, no Südtirol, onde recebeu status de DOC (Denominazione di Origine Controllata) em 1993.

 


Degustando…

Mais uma vez desfrutando da generosidade dos meus amigos e confrades, tive oportunidade de degustar o Abbazia di Novacella Kerner 2012 no começo deste mês e confesso que fui surpreendido! Muito já tinha ouvido sobre os vinhos brancos desta uva produzidos no Alto Adige, mas esta foi minha primeira experiência…

Produzido apenas com a uva Kerner, de vinhedos locais (750m de altitude), passa 6 meses em tanques de aço inox maturando os aromas.

Um vinho que já fez bonito logo na taça, com linda coloração amarelo palha, límpida e com reflexos verdeais.

No nariz, exibiu grande intensidade aromática: flores brancas, frutas amarelas maduras (pêssego, abacaxi, damasco, manga), lichia, maçã verde e um leve amanteigado.

Na boca ele é untuoso, com estrutura e corpo médio-altos, grande frescor e acidez. Tem aromas de boca de frutas cítricas e notas minerais, com longa persistência aromática!

Em resumo: um belo vinho, elegante e persistente, e com vocação gastronômica. Foi muito bem com uma salada e tem estrutura para acompanhar pratos com peixes, crustáceos, queijos e até frango ou porco. Não é à toa que ganhou 90 pontos do Robert Parker.

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