Feliz Ano Novo!!

Amigos e seguidores do Vinho Nosso,

o ano de 2016 se aproxima do fim e quero aproveitar essas últimas horas para agradecer a parceria e a amizade de todos vocês ao longo deste primeiro ano de blog. Desde o tímido início, em fevereiro deste ano, pude sentir o carinho e o apoio de todos. Muito obrigado!!!

Aqueles que me acompanham mais de perto sabem o quanto de dedicação eu tenho colocado neste “projeto” (o blog e todas as mídias sociais que o estendem) e o feedback recebido tem sido maravilhoso! A repercussão de nossa página no Facebook e do perfil no Instagram é impressionante (o Instagram já tem mais de 10.500 seguidores!) e prova que estamos no caminho certo.

Todo esse sucesso só foi possível graças ao apoio e incentivo de todos vocês, meus amigos! E isso me deixa muito animado para tudo que o novo ano reserva ao Vinho Nosso!

Sei que precisarei me esforçar ainda mais em 2017 para manter esse bom desempenho e para isso conto com todos vocês novamente: apoiando, incentivando e participando deste blog! Sua torcida e divulgação é o que nos fará chegar ainda mais alto!

Encerro desejando a todos um FELIZ ANO NOVO com muitas alegrias e realizações! Que 2017 traga novos sonhos, muita paz, saúde abundante, esperança de um país melhor (precisamos!) e sucesso em todas as áreas da vida. E, é claro, ótimos vinhos e bons motivos para brindarmos!!

Que Deus abençoe todos vocês!

Bruno.

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A lenda de Perkeo, o anão de Heidelberg

 

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O mundo do vinho é cheio de histórias interessantíssimas. Muitas delas, improváveis… A maioria mistura elementos históricos e reais com alguns detalhes, digamos, pouco verossímeis…  Hoje vou contar a lenda o anão Perkeo e a história do Grande Barril de Heidelberg.

 

O Barril de Heidelberg

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Encarapitado nas colinas sobre o rio Neckar, na cidade alemã de Heidelberg, encontra-se o Castelo de Heidelberg, hoje parcialmente em ruínas. Mas durante muitos séculos esse foi o imponente lar dos Príncipes Eleitores Palatinos, nobres do Sacro Império Romano-Germânico.

Fortaleza intransponível, o Castelo de Heidelberg foi sitiado inúmeras vezes e sempre resistiu, em parte graças ao interminável suprimento de vinho (que mantinha elevada a moral dos soldados e súditos). E todo esse vinho, suficiente para abastecer soldados e nobreza durante meses de sítio, era armazenado em gigantescos barris.

heidelbergtunO primeiro desses grandes barris foi fabricado em 1591 e chamou-se Johann-Casimir-Fass (fass significa barril em alemão), em homenagem ao Príncipe Johann Casimir, e tinha capacidade para 127 mil litros. O segundo (de 1664) foi o Karl-Ludwig-Fass com 195 mil litros, e o terceiro (de 1728) foi o Karl-Philipp-Fass com 202 mil litros.

Mas foi o quarto barril, o Karl-Theodor-Fass, construído em 1751 por ordem do Príncipe Eleitor Karl Theodor, que entrou para a História: com 7,3 metros de diâmetro por 10 metros de comprimento, possui capacidade para incríveis 221.000 litros de vinho! Em sua confecção foi utilizada madeira de 130 carvalhos das florestas da região. Este barril existe até hoje, vazio, como atração turística em sua sala no castelo. Segundo os historiadores, esteve totalmente cheio apenas em 3 ocasiões devido a vazamentos.

 

A lenda do anão Perkeo

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Por volta de 1720, o príncipe Karl Philipp (aquele do terceiro grande barril) era o Governador de Tirol e da Áustria, e morava em Innsbruck. Desolado com a morte de sua esposa e filha, passou a beber. Em uma dessas ocasiões foi apresentado por um de seus oficiais ao anão Clemens Pankert (ou Giovanni Clementi, segundo outras fontes), um tirolês fabricante de botões e célebre beberrão.

Espirituoso e divertido, Clemens ficou famoso por suas piadas e pela incrível tolerância à bebida (apesar de seu pequeno tamanho). Logo ganhou a simpatia do príncipe e foi convidado a servir à Corte como bufão (“bobo da corte”).

Quando lhe ofereciam mais uma taça de vinho, Clemens logo respondia, em italiano: “Perché no?” Passou então a ser chamado de Perkeo.

Quando Karl Philipp tornou-se Principe Eleitor do Palatinado, levou Perkeo consigo para Heidelberg como “Bobo da Corte”, entretendo a todos com suas piadas, histórias e com vinho. Tornou-se uma espécie de mascote da corte e era adorado pelos súditos. Mas era evidente que sua vocação era o vinho, desde sua produção até (e principalmente) seu consumo.

Assim, o Príncipe Eleitor nomeou Perkeo “Copeiro do Rei” e “Mestre de Cave” do castelo, incumbindo-o da responsabilidade de administrar os pequenos e grandes barris, provar e servir o vinho – trabalho que exercia com perfeição. Por anos ele foi o guardião do Grande Barril e andava pelo castelo com seu uniforme colorido, um misterioso relógio e uma enorme chave. E, é claro, uma grande taça de vinho.

Registros da época sugerem que ele bebesse regularmente cerca de 30 litros de vinho por dia.

“Assim era o anão Perkeo
no castelo de Heidelberg,
Pequeno em estatura
mas enorme na sede”.

Viktor von Scheffel

 

De acordo com a lenda, Perkeo viveu saudável até os oitenta anos, sem nunca ter bebido nada que não fosse vinho. Um dia, quando adoeceu pela primeira vez, o médico recomendou que bebesse muita água. Mesmo incrédulo, Perkeo obedeceu o conselho e morreu na manhã seguinte…

 


 

Curiosidades

"O bufão Perkeo frente ao castelo

“Bufão Perkeo frente ao Castelo de Schwetzingen”, cerca de 1725, por Johann Georg Dathan. Óleo sobre madeira. Museu do Palatinado – Heidelberg

  • No castelo de Heidelberg, guardando o Grande Barril, existe uma estátua de madeira de Perkeo. E no topo do barril há uma pista de dança (???).
  • O grande escritor francês Victor Hugo, após uma visita ao castelo (já em ruínas) em 1840, escreveu suas impressões sobre o castelo, o Barril e sobre a lenda de Perkeo uma carta. Nela o escritor narra que Perkeo, na verdade, era humilhado diariamente e açoitado se não surgisse bêbado para entreter os príncipes da Prussia.
  • A história de Perkeo é celebrada todos os anos durante o Carnaval de Heidelberg (Fastnacht), assim como no se sua cidade natal, Salorno (Maschggra).
  • Estudiosos acreditam que Perkeo tivesse Diabets insipidus, doença metabólica que explicaria sua “sede” insaciável e, em partes, sua baixa estatura.
  • Uma das teorias para sua morte seria a de que Perkeo bebeu água contaminada, talvez por cólera, e morreu rapidamente (33 anos de idade).