Gavi DOCG

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Cortese di Gavi, ou simplesmente Gavi, é um vinho branco tranquilo italiano do Piemonte, noroeste da Itália. Embora pouco conhecido no Brasil, suas origens remontam ao século XVII e quase toda produção é consumida localmente ou exportada para os EUA. É considerado como um dos melhores brancos do norte da Itália, e isso não é pouca coisa.

Produzido exclusivamente com a uva Cortese (também presente nas DOCs Colli TortonesiCortese dell’Alto Monferrato), a Denominazione Gavi recebeu status de DOC em 1974 e DOCG em 1998.

Italy-Piedmont-mapAs regras da denominação restringem sua produção à uma área de aproximadamente 1200 hectare da província de Alessandria, nas comunas de Bosio, Capriata d’Orba, Carrosio, Francavilla Bisio, Gavi, Novi Ligure, Parodi Ligure, Pasturana, San Cristoforo, Serravalle Scrivia e Tassarolo. O solo da região é calcário-argiloso-marnoso com boa drenagem, e o relevo é pouco plano, com colinas íngremes e vinhedos plantados sobretudo nas encostas com exposição sul e sudeste. Vinhos produzidos dentro da Comuna de Gavi podem ser denominados Gavi di Gavi ou Gavi del Commune di Gavi.

Segundo a DOCG, o teor alcoólico mínimo deve ser 10,5% (11% para os “Reserva”). E os vinhos denominados “Reserva” devem envelhecer um mínimo de 1 ano, sendo 6 meses em garrafa. Os vinhos Gavi podem ainda ser vinificados como espumantes, utilizando o método tradicional e passando 2 anos em maturação, sendo 18 meses em contato com suas borras (sur lies).

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Os vinhos da uva Cortese, sobretudo o Cortese di Gavi, são muito apreciados na região vizinha, a Ligúria. Seus aromas moderados e críticos harmonizam perfeitamente com os peixes e frutos do mar da costa de Gênova e Cinque Terre. Em geral, são vinhos equilibrados, com corpo médio e acidez moderada. Embora não sejam vinhos para guarda, evoluem bem com 2 ou 3 anos na adega , tornando-se mais ricos e com sabores mais fortes. Em anos mais frios, os vinhos podem apresentar acidez mais agressiva, exigindo medidas como fermentação malolática e maturação em barricas para equilibrá-la.

Embora à sombra dos grandes vinhos tintos do Piemonte, como Barolo e Barbaresco, e “perdendo” em produção e consumo de brancos como Moscato e Arneis, o Cortese di Gavi apresenta uma sutileza despojada e despretensiosa que tem atraído muitos fãs nos últimos anos, não somente na Itália. Com o aumento do consumo, muitos produtores passaram a priorizar a quantidade sobre a qualidade. Por isso, escolha o seu Gavi com cuidado e procure ficar com produtores como Broglia “La Meirana”, Fontanafredda, Nicola Bergaglio e Villa Sparina.


Degustando…

GaviBrogliaA primeira menção de um vinho produzido em Gavi data de 972 quando o Bispo de Genova alugou uma propriedade da Igreja com vinhedos e bosques para Pietro e Andrea, dois homens livres de Gavi. O pedaço de terra foi chamado “La Meirana”. Exatamente 1.000 anos mais tarde, Bruno Broglia adquiriu essa mesma propriedade e fundou a Broglia, agora uma das principais vinícolas da Gavi.

No começo do ano tive a oportunidade de provar o clássico Gavi del Comune di Gavi, apropriadamente chamado La Meirana, da excelente safra 2010. É um vinho encantador!

A fermentação ocorre em grandes tanques de aço inox com temperatura controlada, entre 18º e 20ºC. Tem teor alcoólico de 12,5% e não passa por carvalho.

Tem coloração amarelo palha e reflexos esverdeados, e apresenta intensos aromas de pêssego, pêra, maça verde cozida e amêndoas tostadas. Na boca tem notas de pêssego maduro e amêndoas, com leve toque amanteigado e mineral. É um vinho bastante equilibrado, carnudo e com uma textura macia, apresentando uma acidez pungente apesar da idade, e grande frescor. Um belo vinho, com uma longa persistência. Um ótimo vinho!

 

 

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